quarta-feira, 17 de novembro de 2010

A maneira Nietzsche de pensar

Nietzsche era um filósofo que pensava que nós estávamos deixando de sermos humanos, que nossa razão estava nos dominando de mais a nossa vontade e que não sabíamos mais o que era viver intensamente. O homem foi feito cheio de vontades, era por instinto natural tê-las. Ele dizia que o homem era uma corda estendida entre o animal e o super-homem, uma corda sobre o abismo. Você cairia no abismo se de certa forma negasse ser humano, como se nega ser humano? Basta apenas você ser totalmente racional, na linguagem de hoje ser o “certinho”.
            Para ele as pessoas não podiam satisfazer-se com o pouco ou o suficiente, elas tinham que buscar mais, buscar serem melhores e terem o melhor que para elas fosse possível. Na sua concepção grande parte da culpa foi da Igreja que “castrava” os desejos, as vontades dos humanos que muitas vezes iludis as pessoas dizendo que a mão de Deus iria salva-las, Nietzsche dizia que você não podia esperar uma salvação divina e sim que você mesmo tinha que procurar a sua própria salvação, para ele a Igreja destruía cada vez mais os humanos, não podíamos ser podados dessa forma, deveríamos fazer o que tivéssemos vontade. Dizia ele que nós tínhamos uma imagem passada pela Igreja que deveríamos nos entregar facilmente já que Deus nos salvaria de tudo, como exemplos tinham a crucificação de Jesus que ao invés de lutar contra quem se opunha a ele deixou que o crucificassem sem ao menos lutar dizendo que era a vontade de Deus, para ele não tínhamos que atender ou esperar essa vontade tínhamos sim é que lutar e vencer por nossos próprios métodos.
            Ele não queria que fossemos o rebanho de Deus não precisávamos nem de um pastor para nos guiar, ser um rebanho era aceitar ordens, ficar preso em conceitos que não eram seus ser fraco e um escravo, e sim sermos os leões que lutavam muitas vezes sem compaixão e sem piedade. Para que teríamos piedade com os outros, se ninguém teria piedade com você? Por que amar nossos inimigos como a Igreja pregava? Se nenhum inimigo seu te amava? Para ele toda essa doutrina cristã pregada era pura bobagem, deveríamos odiar nosso inimigo, nunca oferecer a outra face para ele, deveríamos seguir nossos próprios instintos. Nietzsche fazia a comparação do macaco para o homem. Para o homem o macaco era um motivo de riso, e os homens que não eram mais humanos eram como macacos para o super-homem, um motivo de riso.
            Quando se é bondoso, amoroso, humilde, piedoso se é inferior. Inferior é aquele que é covarde, medroso, mesquinho, que pensa na estreita utilidade, o que rebaixa a si mesmo, a espécie canina de homem que se deixa maltratar e, sobretudo o mentiroso (é crença básica de todos os aristocratas que o povo comum é mentiroso). Ao homem comum fraco em geral só sobra a ele serventia como apenas um degrau de apoio. Já quando se é orgulhoso, quando se tem personalidade e você aposta nos riscos se é forte e superior. Forte é o que estabelece suas próprias regras, estabelece para si qual é a melhor conduta e não espera de forma nenhuma que os outros o sigam comparado ao famoso: “faça o que eu digo mais não faça o que eu faço”. Não devendo estranhar as pessoas que o considerarem duro e insensível ou até desumano, pois assim é o super-homem, que só tem gestos generosos com os demais na medida em que isto o satisfaz.
            Era necessária a criação de uma nova elite não “contaminada” pela Igreja, essa nova elite desprezaria qualquer sentimento e arrependimento tirando de dentro de si a fraqueza da piedade, como Nietzsche deixou dito no “Humano demasiado humano”: “Se o homem consegue adquirir a convicção filosófica da necessidade absoluta de todas as ações e, ao mesmo tempo, da total irresponsabilidade destas, se consegue converter essa convicção em carne e em sangue, então desaparecerá também esse resto de remorso de consciência.”

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