quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Como Nietzsche diz, ele admira aquele que vive para ser homem, que querem que a humanidade viva como homens, e quer que todos se preparem para que as futuras gerações recebam os super-homens. Ele acredita que os homens devem ser e agirem como homens, sem ficar obedecendo aquilo que acaba com nossa humanidade, tal como Deus, pois Ele nos faz reprimir nossos sentimentos e atitudes, para nos tornarmos santos. Mas o homem não é santo, ele não deve ser, pois o homem deve ser aquilo que ele foi criado para ser, humano. Devemos agir como humanos, ter atitudes e pensamentos de humanos, e respeitar nossos próprios sentimentos que são naturalmente humanos. Não é o que muitos dizem, ele não quer que deixemos de acreditar em Deus, só que tenhamos atitudes de humanos, pois devemos ter nossa autoconfiança, não só confiança Nele, pois se um dia cairmos no abismo, devemos ter esperança de que um dia,pode ser que, talvez, hajam chances de Deus vir e te salvar, mas se você for humano, conseguirá se salvar, e não dependerá da força Divina. 

IV Capitulo do livro: “Assim falou Zaratustra”


Mas Zaratustra contemplava, admirado, a multidão e lhe falou assim:
“O homem é uma corda estendida entre o animal e o super-homem – uma corda sobre o abismo. Perigosa a travessia, perigoso o percurso, perigoso olhar para trás, perigoso o tremor e a paralisação
A grandeza do homem está em ser ponte e não meta: o que nele se pode amar é o fato de ser ao mesmo tempo transição e declínio.
Amo os que só sabem viver em declínio, pois são os que transpõem.
Amo os que desprezam com intensidade, pois sabem venerar intensamente, e são flechas lançadas pelo anseio-da-outra-margem.
Amo os que não se satisfazem em procurar além das estrelas uma razão para serem declínio e oferenda, mas que, ao contrário, se sacrificam a terra para que esta um dia se torne a terra do super-homem.
Amo o que vive para conhecer, e quer conhecer para que um dia o super-homem viva. E quer assim o seu próprio declínio.
Amo o que trabalha e inventa para construir a morada do super-homem, e prepara para ele a terra, os animais e as plantas. Pois assim quer o seu declínio.
Amo o que ama a sua própria virtude, pois que a virtude é vontade de declínio e flecha do desejo. Amo o que não guarda para si nem uma só gota de seu espírito mas quer ser inteiramente o espírito de sua própria virtude. É dessa forma que ele, como espírito, atravessa a ponte
Amo o que faz da virtude inclinação e destino, pois ele, por amor à sua virtude, quer viver ainda e não mais viver.
Amo o que não quer virtudes em demasia. Uma única virtude é mais virtude do que duas, pois ela é o nó mais forte onde se ata o destino.
Amo o que prodigaliza sua alma, e que, ao fazer isto, não visa á gratidão nem ao pagamento; pois sempre dá e nada quer em troca.
Amo o que se envergonha quando o dado cai a seu favor, e então pergunta: serei um trapaceiro? – pois é para sua ruína que ele quer se encaminhar.
Amo o que antecede com palavras de ouro os seus atos e sempre cumpre mais do que promete; pois ele quer o seu declínio.
Amo o que justifica os que serão e resgata os que foram; pois quer perecer por aqueles que são.
Amo aquele que pune seu Deus porque o ama; porquanto só poderá perecer pela cólera de seu Deus.
Amo o que, mesmo ferido, tem a alma profunda, e que um simples acaso pode fazer perecer. Assim, ele atravessa de bom grado a ponte.
Amo aquele cuja alma transborda e a tal ponto se esquece de si que todas as coisas nele encontram lugar. Assim, todas as coisas se tornam seu declínio.
Amo todos aqueles que são como pesadas gotas caindo uma a uma da negra nuvem que paira sobre os homens; anunciam a chegada do raio e perecem como anunciadores.
Vede, sou o anunciador do raio, uma gota pesada dessa nuvem. Mas o raio se chama super-homem.”

Principais obras de Nietzsche

1.    Além do Bem e do Mal

Nessa obra, cujo tema é, sobretudo, a precariedade cultural e espiritual do seu tempo, Nietzsche afirma a necessidade de que, no eterno retorno da vida e da história humana, os homens se ergam, aceitando a própria finitude, ultrapassando a própria condição e vivendo soberanamente no gozo e na dor da própria verdade. Contra os fracos, os humildes, os dignos de dó, ele afirma o ideal dos super-homens, dos quais dependeria o futuro da humanidade. Polêmico e sempre pro vocador, Nietzsche desenvolve os conceitos de “vontade de poder” e de “moral de senhor”. A moral de senhor é aquela a ser seguida e imposta, que mostra o que é bom, verdadeiro e belo, em contraposição à “moral de escravo”. Resta a cada ser humano decidir se é senhor ou escravo.
2.    Ecce Homo
Em outubro de 1888, ao completar 44 anos de idade, Friedrich Nietzsche decidiu fazer um balanço de sua vida. Escreveu então Ecce homo, um dos mais belos livros da língua alemã, a obra mais singular jamais escrita por um filósofo. Ecce homo não é uma simples autobiografia: é sobretudo confissão e interpretação, uma síntese inestimável da obra de Nietzsche e de seus conflitos. Um grande pensador, dos mais influentes de nossa época, fala apaixonadamente de suas influências, de sua paixão, de como surgiram suas obras, de seu modo de vida, de seus objetivos e faz, assim, uma original e desconcertante introdução a si mesmo. Considerando que Nietzsche o escreveu apenas algumas semanas antes de sofrer a perda completa da razão, Ecce homo é também sua última palavra, como filósofo, psicólogo e anticristo.
3.    Humano, demasiado humano
Publicado em 1878, Humano, demasiado humano marcou o afastamento de Nietzsche em relação ao romantismo de Wagner e ao pessimismo de Schopenhauer. Influenciado pelos moralistas franceses, Nietzsche adotou e expandiu a forma do aforismo, que neste livro aborda temas como metafísica, moral, religião, arte, literatura, amor, política e relações sociais.
4.    O Anticristo
Escrito em 1888, último ano antes de Friedrich Nietzsche perder a lucidez, este ensaio é uma das mais afiadas análises de que o cristianismo já foi objeto. Dando continuidade ao exame sobre a moral praticado na maioria de seus livros, em O anticristo o autor firma sua posição sobre a doutrina religiosa. Ele mostra como o cristianismo ? ao qual chama de maldição ? é a vitória dos fracos, doentes e rancorosos sobre os fortes, orgulhosos e saudáveis, persuadindo e induzindo a massa por meio de idéias pré-fabricadas.
A partir da comparação com outras religiões, Nietzsche critica com veemência a mudança de foco que o cristianismo opera, uma vez que o centro da vida passa a ser o além e não o mundo presente. Até mesmo Jesus Cristo e o apóstolo Paulo são questionados, assim como grande parte de todos os dogmas cristãos, em um grande exercício filosófico.
5.    O Crepúsculo dos Ídolos
Essa foi a penúltima obra de Nietzsche, escrita e impressa em 1888, pouco antes de o filósofo perder a razão. O próprio Nietzsche a caracterizou — numa das cartas acrescentadas em apêndice a esta edição — como um aperitivo, destinado a “abrir o apetite” dos leitores para a sua filosofia. Trata-se de uma síntese e introdução a toda a sua obra, e ao mesmo tempo uma “declaração de guerra”. É com espírito guerreiro que ele se lança contra os “ídolos”, as ilusões antigas e novas do Ocidente: a moral cristã, os grandes equívocos da filosofia, as idéias e tendências modernas e seus representantes.
6.    A origem da tragédia
A Origem da Tragédia é o primeiro livro de Nietzsche, de sabor um tanto poético, é mais um estudo sobre a decadência de um gênero teatral do que propriamente uma investigação histórica ou uma incursão mítica na esfera da vida sobrenatural. Este livro, em primeiro lugar, representa uma homenagem a Richard Wagner, uma interpretação dos seus dramas musicais como obras de arte totais que igualam as tragédias antigas.
7.    Assim falava Zaratustra
Este é um invulgar discurso filosófico em forma de narrativa onde centenas de máximas e aforismos paradoxais veiculam com beleza, profundidade e poesia a pujante e contundente filosofia crítica de Nietzsche, assestada assistematicamente, em estilo ligeiro e ditirâmico, contra as doutrinas filosóficas vigentes. Zaratustra, na verdadde uma antítese, é um anti-profeta e um anti-místico, que poderia também ser um anti-Cristo ou anti-Buda, ao destilar paradoxos veementes, pondo em cheque a ética estabelecida através dos valores morais atacados. O Zaratustra nietzcheano é um inversor dos valores, um destruidor de ídolos e um exaltador dos valores da vida, da existência e da terra. Além de divulgar a “morte de Deus”, isto é, o fim da noção judáico-crista da divindade e filosoficamente a falência do Absoluto de Hegel, da Vontade de Schopenhauer, etc. e crepúsculo dos valores metafísicos e éticos que exaltam o além-túmulo e a vida espiritual transcedente, Zaratustra anuncia o advento do superhomem, um paradigma de humanidade que extingue e supera o modelo da religião peidosa dos fracos e oprimidos. Nada tem a ver com o Zaratustra mítico e religioso dos antigos persas.
8.    O livro do filósofo
Reunião de fragmentos escritos entre 1872 e 1875 e publicados após a morte do filósofo alemão. A tradução é de Rubens Eduardo Ferreira Frias. Os apêndices contam com uma cronologia essencial e uma bibliografia básica.
9.    Sabedoria para depois de amanhã
A coletânea de fragmentos póstumos de Nietzsche apresentada neste livro sem dúvida chamará a atenção do leitor, antes de tudo, pela variedade e pela heterogeneidade de seus temas e perspectivas. O leitor que aceitar o desafio de lê-lo poderá apreciar também o interesse e a originalidade de cada fragmento, surpreender-se com as analogias e os contrastes que subjazem à sua diversidade temática.
10. A Gaia Ciência
Nesta obra, Nietzsche discute arte, moral, o conceito da verdade, entre outros temas. O filósofo, também conhecido por seu texto nada árido, apresenta aqui ampla diversidade de estilos literários como versos humorísticos, aforismos, parábolas, poemas em prosa e pequenos ensaios.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Biografia de Nietzsche

Na pequena aldeia alemã de Röcken bei Lützen, localizado em uma área de terras rurais do sudoeste de Leipzig, Friedrich Wilhelm Nietzsche nasceu a cerca de 10:00 em 15 de outubro de 1844. A data coincidiu com o 49 º aniversário do rei da Prússia, Frederico Guilherme IV, do qual Nietzsche foi nomeado, e que tinha sido responsável pela nomeação do pai de Nietzsche, como ministro da cidade de Röcken.
Os tios e avós de Nietzsche também foram ministros luteranos, e seu avô paterno, Friedrich August Ludwig Nietzsche, foi ainda distinguido como um estudioso protestante, um de cujos livros (1796), afirma a "sobrevivência eterna do Cristianismo".
Quando Nietzsche tinha quase cinco anos de idade, seu pai, Karl Ludwig Nietzsche (1813-1849) morreu de uma doença do cérebro (30 de julho, 1849) e a morte de seu irmão de dois anos, Ludwig Joseph, traumaticamente seguido seis meses depois (04 de janeiro de 1850). Tendo vivido apenas alguns metros de distância da igreja de Röcken, na casa reservada para o pastor e sua família, a Nietzsche deixou sua casa logo após a morte de Karl Ludwig. Eles se mudaram para próximo, em Naumburg an der Saale, onde Nietzsche (chamado de "Fritz" pelos seus familiares) morava com sua mãe, Franziska, sua avó, Erdmuthe, o pai de suas duas irmãs, Auguste e Rosalie, e sua irmã mais nova, Therese Elisabeth Alexandra.
Das idades de 14 a 19 (1858-1864), Nietzsche frequentou a escola primária de primeira, Schulpforta, localizada a cerca de quatro quilômetros de sua casa em Naumburg, onde ele se preparou para os estudos universitários.  A atmosfera da rígida educação escolar era refletida na sua longa história como um antigo mosteiro Cisterciense (1137-1540), com edifícios que incluíam uma capela românica do século 12 e uma igreja gótica do século 13. No Schulpforta Nietzsche conheceu sua convivência longa, Paulo Deussen (1845-1919), que foi confirmado ao lado de Nietzsche em 1861, e que se tornou um orientalista, o historiador da filosofia, e em 1911, o fundador da Sociedade de Schopenhauer. Durante os verões em Naumburg, Nietzsche levou uma música pequena e um clube de literatura chamado "Germania", e se familiarizou com o músico Richard Wagner através do clube de subscrição até o Zeitschrift für Musik. O adolescente Nietzsche leu também os românticos escritos dos alemães Friedrich Hölderlin e Jean -Paul Richter, juntamente com o controverso David Strauss - Vida de Jesus Examinada Criticamente (1848).
Após graduar-se em Schulpforta, Nietzsche entrou para a Universidade de Bonn em 1864 como um estudante de teologia e filologia, e seus interesses logo mudaram mais exclusivamente para a filologia - uma disciplina que se centra na interpretação de textos clássicos e bíblicos.
Inspirado por Ritschl, e seguindo-o para a Universidade de Leipzig, em 1865 - uma instituição localizada mais próxima da cidade natal Naumburg de Nietzsche - Nietzsche rapidamente estabeleceu sua própria reputação acadêmica através de seus ensaios publicados baseados em poetas do século 6aC, Theognis e Simônides, bem como em Aristóteles. Em Leipzig, ele desenvolveu uma estreita amizade com Erwin Rohde (1845-1898), um estudante de filologia e futuro filólogo, com quem corresponderia extensivamente nos últimos anos. Momento decisivo para Nietzsche, em 1865, foi a descoberta acidental de Arthur Schopenhauer - O Mundo como Vontade e Representação (1818) em uma livraria local. Ele estava então com 21 anos. A turbulenta e atéia visão do mundo de Schopenhauer capturou a imaginação de Nietzsche, e na medida em que o "perfume cadavérico" da visão de mundo de Schopenhauer continua a permear no pensamento maduro de Nietzsche, que ainda é motivo de debate acadêmico. Depois de descobrir Schopenhauer, Nietzsche lê o recém-publicado FA Lange -História do materialismo e crítica de seu significado atual (1866) - uma obra que critica as teorias materialistas do ponto de vista da crítica kantiana da metafísica, e que atraiu o interesse de Nietzsche, e em sua opinião de que a especulação metafísica é uma expressão de ilusão poética.
Em 1867, quando se aproximava da idade de 23 anos, Nietzsche entrou em seu serviço militar necessário e foi designado para um regimento perto da artilharia de campo para Naumburg, período em que ele vivia em casa com sua mãe. Ao tentar pular de montagem para a sela, ele sofreu uma lesão torácica grave e foi colocado em licença médica após a ferida do seu peito se recusar a cicatrizar. Voltou logo depois para a Universidade de Leipzig, e em novembro de 1868, conheceu o compositor Richard Wagner (1813-1883)
Wagner e Nietzsche compartilharam um entusiasmo por Schopenhauer, e Nietzsche - que tinha sido compositor de piano, participado do coral e da orquestra de música de piano desde que ele era um adolescente - admirado pela genialidade musical de Wagner, sua personalidade magnética e influência cultural. Wagner tinha a mesma idade do pai de Nietzsche teria, e ele também frequentou a Universidade de Leipzig, muitos anos antes. A relação de Nietzsche e Wagner era quase familiar e às vezes tempestuoso, e isso o afetou profundamente Nietzsche: escreveu em 1869 que sua amizade com Wagner foi a "maior conquista" de sua vida, quase 20 anos depois, ele ainda estar avaliando significado cultural de Wagner. Nesse ínterim - um ano antes da morte de Wagner e sete anos antes de seu próprio colapso - Nietzsche já estava lembrando saudosamente em 1882 sobre como os seus dias com Wagner foram os melhores da sua vida. Durante os meses da inicial do encontro de Nietzsche com Wagner, Ritschl recomendou Nietzsche para uma posição na faculdade de filologia clássica na Universidade de Basel. A universidade suíça ofereceu a posição de professor a Nietzsche, e ele começou a ensinar lá em maio de 1869, aos 24 anos.
Em Basileia, a satisfação do Nietzsche com sua vida entre seus colegas de filologia era limitada, e ele estabeleceu laços intelectuais mais estreitos com os historiadores Franz Overbeck (1837-1905) e Jacob Burkhardt (1818-1897), cujas aulas frequentou. Overbeck – que morou durante cinco anos na mesma casa que Nietzsche – tornou-se um próximo e duradouro amigo de Nietzsche, trocando muitas cartas com ele ao longo dos anos, e apressando-se para a assistência de Nietzsche em Turim, imediatamente após o seu colapso devastador em 1889. Nietzsche também cultivou sua amizade com Richard Wagner, e visitou-o muitas vezes em sua casa na Suíça. Nunca teve saúde excelente, ainda mais complicações surgiram do serviço de agosto-outubro de 1870 de Nietzsche como atendente de 25 anos durante a Guerra Franco-Prussiana (1870-71), onde participou no cerco de Metz. Ele testemunhou os efeitos traumáticos da batalha, tomou o cuidado com os soldados feridos, e contraiu difteria e disenteria.
O entusiasmo de Nietzsche, para Schopenhauer, seus estudos de filologia clássica, a sua inspiração em Wagner, sua leitura de Lange, seus interesses na área da saúde, a sua necessidade profissional para provar a si mesmo como um jovem universitário, e a sua frustração com a cultura contemporânea alemã, todos se uniram em sua primeiro livro - O Nascimento da Tragédia (1872) - que foi publicado em janeiro de 1872, quando Nietzsche tinha 27 anos.
Como Nietzsche continuou a sua residência na Suíça entre 1872 e 1879, visitou frequentemente Wagner em sua casa nova em Bayreuth, na Alemanha. Em 1873, ele conheceu Paul Rée (1849-1901), e durante este tempo, Nietzsche completou uma série de quatro estudos sobre a cultura alemã contemporânea - o Observações fora de moda (1873-1876) - que se concentram, respectivamente, em (1), o historiador da religião e da cultura crítica, David Strauss, (2) questões relativas ao social valor da historiografia, (3) e Arthur Schopenhauer (4) Richard Wagner, tanto heróica como inspirações para novos padrões culturais.
Perto do fim da sua carreira universitária, Nietzsche completou Humano, demasiado humano (1878) - um livro que marca uma viragem no seu estilo filosófico e que, reforçando sua amizade com a Rée, também termina sua amizade com o anti- Wagner semita, que vem sob o ataque de um mal-disfarçada de caracterização de "o artista." Apesar do estrago feito pela revista faz jus de O Nascimento da Tragédia, Nietzsche permaneceu respeitado em sua posição de professor na Basiléia, mas sua saúde continuou se deteriorando, o que levou a crises de enxaqueca, problemas de visão e vômitos, exigiu a sua demissão da universidade em junho de 1879, aos 34 anos. Neste ponto, ele tinha sido professor universitário durante dez anos, e tinha pouco menos de outros dez anos de vida intelectual produtiva restantes.
De 1880 até seu colapso em janeiro de 1889, Nietzsche levou uma existência como de errante ciganas, como um apátrida (tendo desistido de sua cidadania alemã, e não tendo adquirido a cidadania suíça), circulando quase que anualmente entre a casa de sua mãe em Naumburg e vários cidades suíças, alemãs, franceses e italianas. Suas viagens o levaram por toda a cidade costeira mediterrânea de Nice (durante o inverno), a vila alpina suíça de Sils-Maria (durante os verões, localizado perto da estância de esqui dia-presente de St. Moritz), Leipzig (onde cursou a universidade, e tinha esperança de retomar sua carreira de professor em 1883), Turim, Gênova, Recoaro, Messina, Rapallo, Florença, Veneza e Roma, não residindo em qualquer local por mais alguns meses.
Em uma visita a Roma em 1882, Nietzsche, agora 37 anos, reuniu-se Lou von Salomé (1.861-1.937), uma mulher russa 21 anos que estava a estudar filosofia e teologia em Zurique. Ele rapidamente se apaixonou por ela. Eventualmente, recusando-se a desenvolver seu relacionamento com Nietzsche em um nível romântico, o futuro da nossa amizade com ela Nietzsche e Paul Rée deu uma guinada para o pior, como Salomé e Rée deixaram Nietzsche e se mudaram para Berlim. Nos anos seguintes, Salomé seria um adjunto de Sigmund Freud, e ia escrever com uma visão psicológica de sua associação com Nietzsche.
Na manhã de 03 de janeiro de 1889, enquanto em Turim, Nietzsche sofreu um colapso mental que o deixou inválido para o resto de sua vida. Coincidentemente, em praticamente mesma data, 04 de janeiro em que seu irmão mais novo, Joseph, morreu muitos anos antes. Nietzsche, ao testemunhar um cavalo sendo chicoteado por um cocheiro na Piazza Carlo Alberto - embora este episódio com o cavalo poderia ser anedótico - jogou os braços em volta do pescoço do cavalo e caiu na praça, para nunca mais voltar à sanidade plena.
Alguns argumentam que Nietzsche sofria de uma infecção sifilítica (este foi o diagnóstico inicial dos médicos em Basileia e Jena), contraída ou quando era um estudante ou enquanto ele estava servindo como um atendente do hospital durante a Guerra Franco-Prussiana, alguns afirmam que o uso de hidrato de cloral, um medicamento que ele estava usando como um sedativo prejudicou o seu já enfraquecido sistema nervoso, alguns especulam que o colapso Nietzsche era devido a uma doença do cérebro que herdou de seu pai, alguns sustentam que uma doença mental gradualmente levou insano, alguns afirmam que ele sofria de um lento crescimento da base craniana tumor frontal, e alguns afirmam que ele sofria de síndrome do CADASIL, uma desordem hereditária do curso. A causa exata da incapacidade de Nietzsche permanece obscura. Que ele tinha uma extrema constituição sensível do sistema nervoso e tomou uma variedade de medicamentos está bem documentado como um fato mais geral. Para complicar a situação de interpretação, Nietzsche afirma em uma carta de abril de 1888 que nunca teve nenhum sintoma de um transtorno mental. Em contrapartida, temos Paul Rée escreveu em uma carta de 1897 que Nietzsche sempre foi desequilibrado.
Durante seus anos de criação, Nietzsche se esforçou para trazer os seus escritos na imprensa e nunca duvidou de que seus livros teriam um efeito duradouro cultural. Ele não viveu o tempo suficiente para a sua experiência histórico-influência no mundo, mas ele teve um breve vislumbre da sua propriedade intelectual crescente importância na descoberta de que ele foi objecto de 1.888 palestras proferidas por Georg Brandes (Georg Morris Cohen) na Universidade de Copenhaga, a quem dirigiu o referido abril 1888, correspondência e de quem recebeu uma recomendação para ler os trabalhos de Kierkegaard. colapso de Nietzsche, entretanto, seguiu logo depois.
Depois de uma breve hospitalização em Basiléia, que passou de 1889 em um sanatório em Jena, na Clínica de Binswanger e março 1890, sua mãe o levou de volta para casa para Naumburg, onde vivia sob seus cuidados para os próximos sete anos na casa que ele conhecia como um jovem. Depois que a mãe de sua morte em 1897, sua irmã Elisabeth - tendo retornado para casa do Paraguai em 1893, onde ela tinha ido trabalhar desde 1886 com o marido Bernhard Förster para estabelecer um ariano, anti-semita colônia alemã chamada "Nova Alemanha" ("Nueva Germania ") - assumiu a responsabilidade pelo bem-estar Nietzsche. Em um esforço para promover a filosofia do irmão, ela alugou o "Villa Silberblick," uma grande casa em Weimar, e mudou-se com Nietzsche e seus manuscritos recolhidos na residência. Esta se tornou a nova casa dos Arquivos Nietzsche (que havia sido localizado na casa da família para os três anos anteriores), onde Elisabeth recebeu visitantes que queriam observar o filósofo-incapacitado agora.
Em 25 de agosto de 1900, Nietzsche morreu na casa de campo quando ele se aproximou do seus 56 anos, aparentemente de pneumonia em associação com um derrame.Seu corpo foi transportado para o túmulo da família junto à igreja de Röcken bei Lützen, onde sua mãe e irmã agora também descansar. O Silberblick Villa acabou por ser transformado em um museu, e desde 1950, os manuscritos de Nietzsche foram localizados em Weimar, no Goethe- und Schiller-Archiv.

Nietzsche: _ Garçom! Desce uma.
Garçom: _ É pra já, meu caro Nietzsche.
Nietzsche: _ E pra complementar quero uma boa dose de pensamento apimentado e humor sarcástico.
Garçom: _ Assim o estômago não vai aguentar!
Nietzsche: _ Aguenta sim! Isto é sinal de grande saúde!
Garçom: _ Um pouco mais sobre a grande saúde na seção filosofia !!!

A maneira Nietzsche de pensar

Nietzsche era um filósofo que pensava que nós estávamos deixando de sermos humanos, que nossa razão estava nos dominando de mais a nossa vontade e que não sabíamos mais o que era viver intensamente. O homem foi feito cheio de vontades, era por instinto natural tê-las. Ele dizia que o homem era uma corda estendida entre o animal e o super-homem, uma corda sobre o abismo. Você cairia no abismo se de certa forma negasse ser humano, como se nega ser humano? Basta apenas você ser totalmente racional, na linguagem de hoje ser o “certinho”.
            Para ele as pessoas não podiam satisfazer-se com o pouco ou o suficiente, elas tinham que buscar mais, buscar serem melhores e terem o melhor que para elas fosse possível. Na sua concepção grande parte da culpa foi da Igreja que “castrava” os desejos, as vontades dos humanos que muitas vezes iludis as pessoas dizendo que a mão de Deus iria salva-las, Nietzsche dizia que você não podia esperar uma salvação divina e sim que você mesmo tinha que procurar a sua própria salvação, para ele a Igreja destruía cada vez mais os humanos, não podíamos ser podados dessa forma, deveríamos fazer o que tivéssemos vontade. Dizia ele que nós tínhamos uma imagem passada pela Igreja que deveríamos nos entregar facilmente já que Deus nos salvaria de tudo, como exemplos tinham a crucificação de Jesus que ao invés de lutar contra quem se opunha a ele deixou que o crucificassem sem ao menos lutar dizendo que era a vontade de Deus, para ele não tínhamos que atender ou esperar essa vontade tínhamos sim é que lutar e vencer por nossos próprios métodos.
            Ele não queria que fossemos o rebanho de Deus não precisávamos nem de um pastor para nos guiar, ser um rebanho era aceitar ordens, ficar preso em conceitos que não eram seus ser fraco e um escravo, e sim sermos os leões que lutavam muitas vezes sem compaixão e sem piedade. Para que teríamos piedade com os outros, se ninguém teria piedade com você? Por que amar nossos inimigos como a Igreja pregava? Se nenhum inimigo seu te amava? Para ele toda essa doutrina cristã pregada era pura bobagem, deveríamos odiar nosso inimigo, nunca oferecer a outra face para ele, deveríamos seguir nossos próprios instintos. Nietzsche fazia a comparação do macaco para o homem. Para o homem o macaco era um motivo de riso, e os homens que não eram mais humanos eram como macacos para o super-homem, um motivo de riso.
            Quando se é bondoso, amoroso, humilde, piedoso se é inferior. Inferior é aquele que é covarde, medroso, mesquinho, que pensa na estreita utilidade, o que rebaixa a si mesmo, a espécie canina de homem que se deixa maltratar e, sobretudo o mentiroso (é crença básica de todos os aristocratas que o povo comum é mentiroso). Ao homem comum fraco em geral só sobra a ele serventia como apenas um degrau de apoio. Já quando se é orgulhoso, quando se tem personalidade e você aposta nos riscos se é forte e superior. Forte é o que estabelece suas próprias regras, estabelece para si qual é a melhor conduta e não espera de forma nenhuma que os outros o sigam comparado ao famoso: “faça o que eu digo mais não faça o que eu faço”. Não devendo estranhar as pessoas que o considerarem duro e insensível ou até desumano, pois assim é o super-homem, que só tem gestos generosos com os demais na medida em que isto o satisfaz.
            Era necessária a criação de uma nova elite não “contaminada” pela Igreja, essa nova elite desprezaria qualquer sentimento e arrependimento tirando de dentro de si a fraqueza da piedade, como Nietzsche deixou dito no “Humano demasiado humano”: “Se o homem consegue adquirir a convicção filosófica da necessidade absoluta de todas as ações e, ao mesmo tempo, da total irresponsabilidade destas, se consegue converter essa convicção em carne e em sangue, então desaparecerá também esse resto de remorso de consciência.”